quarta-feira, 4 de abril de 2018

Repelentes


Repelentes tópicos podem ser sintéticos ou naturais. Eles atuam formando uma camada de vapor com odor desagradável aos insetos sobre a pele. As características ideais de um repelente seriam: repelir muitas espécies simultaneamente, ser eficaz por pelo menos oito horas, ser atóxico, ter pouco cheiro, ser resistente à abrasão e à água, cosmeticamente favorável e economicamente viável.

Alguns fatores podem interferir na eficácia dos repelentes como a predisposição individual de acordo com substâncias exaladas pela pele (ácido lático, suor, CO2) e a existência de fatores de risco para picadas, entre os quais se destacam presença de eczema, sexo masculino, idade adulta, ingestão de álcool, vestimentas escuras (pois chamam a atenção dos mosquitos), umidade, odor, clima quente e úmido, fragrâncias forais.

A cada 10°C a mais na temperatura pode reduzir o tempo de proteção do repelente em até 50%. Um estudo de campo revelou que, em uma comunidade na qual os repelentes não são usados de forma universal, aqueles que não aplicam repelentes podem ter maior risco de picadas, já que passam a atrair os mosquitos repelidos por aqueles que usaram o produto.

Há várias formas de apresentação dos produtos: aerossol, gel, loção e spray.

- DEET (N,N-dietil-3-metilbenzamida ou N,N-dietil-m-toluamida): é o repelente mais eficaz atualmente disponível, sendo usado desde a década de 1950. 
A concentração máxima para uso em crianças é controversa, porém na literatura, há um consenso de que se deve escolher a menor concentração efetiva, e não são indicados para crianças com idade menor a seis meses.

No Brasil, a maioria dos produtos destinados a crianças e adultos contém DEET <10%.
- Icaridina ou KBR 3023 (1-piperidinecarboxylic acid, 2-(2-hydroxyethyl)-1-methylpropylester): é um novo e promissor repelente derivado da pimenta, indicado pela OMS para viajantes, juntamente com DEET. Em concentração de 10%, confere proteção por um período de três a cinco horas e, a 20%, de oito a dez horas.

- Óleos naturais: os óleos são os mais antigos repelentes conhecidos e diversas plantas já foram utilizadas com tal propósito. Baseiam-se em essências de ervas, frutas cítricas, citronela, coco, soja, eucalipto, cedro, gerânio, hortelã e melissa, entre outros, e têm sido usados por séculos, com eficácia razoável. Em geral, são altamente voláteis e, portanto, com efeito de curta duração.

O óleo de citronela (Cymbopogon nardus), por ser extremamente volátil, confere proteção curta e variável de menos de 20 minutos a até duas horas, em concentrações de 5 a 100%. Recomenda-se a sua reaplicação a cada hora de exposição.

O óleo de eucalipto-limão (Eucalyptus citriodora): em concentração de 30%, é comparável ao DEET 20% e confere proteção de até cinco horas, sendo o mais recomendado dos óleos naturais. Todavia, há recomendação de reaplicações mais frequentes do que no caso do repelente sintético.

De modo geral, os principais cuidados para uso de repelentes tópicos são:

a) Economia: a tendência natural é passar menos que o necessário;

b) Homogeneidade: a ação de um repelente limita-se a quatro centímetros; a simples aplicação na bochecha não protege áreas adjacentes como o nariz ou o queixo;

c) Seletividade: todos os repelentes irritam as mucosas e, portanto, deve-se evitar passá-los nos olhos, boca e narinas e em áreas não expostas.

d) Repetição: deve-se aplicar o repelente conforme o tempo de exposição aos insetos e as orientações do fabricante.


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